Certa vez um antropólogo que pesquisava os usos e costumes de uma tribo Africana, enquanto aguardava seu transporte após o término do trabalho, propôs uma brincadeira às crianças da região: pegou um cesto, encheu de doces e o colocou no pé de uma árvore. Avisou a elas que participariam de uma corrida. Quem pegasse primeiro o cesto, ficaria com os doces, seria o vencedor.

Animadas com a brincadeira, as crianças se alinharam, prontas pra correr. Então, o homem deu a largada… ao contrário do que ele esperava, as crianças deram as mãos e correram juntas até a árvore e pegaram juntas o prêmio e comemoraram juntas a vitória. Ao invés de uma competição, à união!

Abismado com o que tinha ocorrido, o antropólogo, perguntou a uma das crianças porque elas agiram daquele jeito e a resposta foi: “Ubuntu, tio! Como um de nós poderia ficar feliz se todas as outras estariam tristes.”

Ubuntu é uma palavra originária das populações Bantu (todos os países da África abaixo da linha do Equador), cujo sufixo (untu) refere-se a tudo o que é humano. Ubuntu, portanto, humanismo. Enfatiza a dimensão relacional e comunitária do indivíduo, a abertura aos outros, a bondade, a generosidade, o amor gratuito. Tornou-se mundialmente conhecida através da trajetória de vida de Nelson Mandela – da luta contra a segregação racial à reconciliação das raças.

Segundo Dom Emmanuel Lafont, bispo católico que conviveu com Mandela, o ser humano se torna humano por meio do humano. Em outras palavras, a dimensão relacional da pessoa é a chave de seu desenvolvimento e personalidade.” Isso é representado de maneira muito forte pelo conceito de Fraternidade.

Ubuntu transcende um significado literal. Ele traduz a essência da vida humana.

“Eu sou porque pertenço”
“Sou quem sou, porque somos todos nós”.

Sou Nós / Ubuntu